A HISTORIA DAS MAQUINAS Março 2014 | Page 68

68 a história das máquinas Semeraro, Villares e Matarazzo Francisco Matarazzo No final dos anos 1930, outro grupo importante no setor de máquinas foi o dos irmãos Semeraro, pioneiros na fabricação de máquinas para plásticos. Numa simples garagem da Zona Leste de São Paulo, Francisco Augusto e José Sylvio montaram a empresa que, em poucos anos, se tornaria uma das principais fabricantes de injetoras termoplásticas, termofixos, borracha e metais não ferrosos de toda a América Latina. Alguns anos depois, em 1946, os irmãos Semeraro brilharam outra vez na história da industrialização do país: com a chegada das primeiras resinas plásticas ao Brasil, eles decidiram construir, com pleno êxito, a primeira máquina injetora da América Latina. Outras indústrias começam a fazer história na industrialização no país. A rápida expansão de uma companhia chamada Lowsby e Pirie, fundada em 1920 para fazer manutenção de elevadores em São Paulo, chama a atenção do empreendedor Carlos Dumont Villares, que propõe sociedade aos donos da empresa, que passa a chamar-se Pirie,Villares e Cia. Vinte e quatro anos mais tarde, em 1944, nasceu a Aço Villares S.A., em São Caetano do Sul. A empresa era dedicada à exploração da indústria e do comércio do aço e produtos correlatos. Outro gigante das décadas de 1910 e 1920 são as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, que formaram o primeiro parque industrial da cidade de São Paulo, com as fábricas ocupando uma área imensa, entre o Viaduto Antártica e Pompéia, no bairro da Água Branca. Ali se produzia de tudo, de açúcar a velas e sabão. As Indústrias Matarazzo concentram, na história, a própria gênese da indústria e do capitalismo no Brasil. Fruto do trabalho pessoal e isolado do imigrante italiano Francesco Matarazzo, elas se tornaram, já das décadas de 1940 e 1950, a maior potência industrial da história do Brasil e da América Latina. A Metalúrgica Matarazzo fabricava latas para conservas, como azeite. Contava com tecnologia própria, prensas, dobradeiras, cortadeiras e máquinas gráficas que imprimiam no metal. Um desafio todo especial de geometria e arte era fazer e imprimir o nome e o desenho na lata do queijo Palmira, que era redonda – uma bola! Com a guerra, esse tipo de máquina parou de ser import ada, e as indústrias Matarazzo criaram um departamento para projetar tudo no Brasil. Nascia a fábrica de máquinas dos Matarazzo, que passou a atender a todo o mercado interno. A empresa durou até 1951. Na década de 1980, os Matarazzo faliram. Do antigo complexo, somente o prédio da Casa das Caldeiras sobreviveu. Em 1986, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). v