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a história das máquinas
Semeraro,
Villares e
Matarazzo
Francisco Matarazzo
No final dos anos 1930, outro grupo importante no setor de máquinas foi o dos irmãos
Semeraro, pioneiros na fabricação de máquinas
para plásticos. Numa simples garagem da Zona
Leste de São Paulo, Francisco Augusto e José
Sylvio montaram a empresa que, em poucos
anos, se tornaria uma das principais fabricantes
de injetoras termoplásticas, termofixos, borracha e metais não ferrosos de toda a América
Latina. Alguns anos depois, em 1946, os irmãos Semeraro brilharam outra vez na história
da industrialização do país: com a chegada das
primeiras resinas plásticas ao Brasil, eles decidiram construir, com pleno êxito, a primeira
máquina injetora da América Latina.
Outras indústrias começam a fazer história
na industrialização no país. A rápida expansão
de uma companhia chamada Lowsby e Pirie,
fundada em 1920 para fazer manutenção de
elevadores em São Paulo, chama a atenção do
empreendedor Carlos Dumont Villares, que
propõe sociedade aos donos da empresa, que
passa a chamar-se Pirie,Villares e Cia.
Vinte e quatro anos mais tarde, em 1944, nasceu a Aço Villares S.A., em São Caetano do Sul.
A empresa era dedicada à exploração da indústria e do comércio do aço e produtos correlatos.
Outro gigante das décadas de 1910 e 1920 são
as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo,
que formaram o primeiro parque industrial da
cidade de São Paulo, com as fábricas ocupando uma área imensa, entre o Viaduto Antártica
e Pompéia, no bairro da Água Branca. Ali se
produzia de tudo, de açúcar a velas e sabão.
As Indústrias Matarazzo concentram, na
história, a própria gênese da indústria e do capitalismo no Brasil. Fruto do trabalho pessoal e
isolado do imigrante italiano Francesco Matarazzo, elas se tornaram, já das décadas de 1940
e 1950, a maior potência industrial da história
do Brasil e da América Latina. A Metalúrgica Matarazzo fabricava latas para conservas,
como azeite. Contava com tecnologia própria,
prensas, dobradeiras, cortadeiras e máquinas
gráficas que imprimiam no metal. Um desafio
todo especial de geometria e arte era fazer e
imprimir o nome e o desenho na lata do queijo
Palmira, que era redonda – uma bola! Com a
guerra, esse tipo de máquina parou de ser import ada, e as indústrias Matarazzo criaram
um departamento para projetar tudo no Brasil.
Nascia a fábrica de máquinas dos Matarazzo,
que passou a atender a todo o mercado interno.
A empresa durou até 1951.
Na década de 1980, os Matarazzo faliram.
Do antigo complexo, somente o prédio da Casa
das Caldeiras sobreviveu. Em 1986, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
(Condephaat).
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