A crise não parece ter fim PD48 | Page 87

longo da vida e de colo­car o conhecimento “em ação” para possi- bilitar a resolução de problemas que ainda não são conhecidos. Para isso, a escola precisa fazer mais do que transmitir conteúdo; pre­cisa considerar o aluno “por inteiro”, trabalhando o desen­volvimento de suas competên­cias cognitivas (como raciocí­ nio lógico e pensamento críti­co) e socioemocionais (como resiliên- cia e colaboração), pro­movendo o seu protagonismo e o seu enga- jamento com a própria aprendizagem. A flexibilização dos currícu­los, a personalização do ensino, o foco em multiletramentos (letramento em programação, le­ t ra- mento científico, letramento corporal etc.), os métodos híbridos de ensino (em que méto­dos on-line e presencial se mis­t uram), a gami- ficação dos con­teúdos e outras inovações são alguns caminhos para a promo­ção dessa educação integral, mas não são os únicos. Assim como nossas crianças e nossos jovens, teremos que ser abertos e criativos para pensar o futuro da educação. Seja qual for esse futuro, precisaremos investir em políticas e práticas baseadas em experiências e evidências, num espírito de compro- misso e colaboração entre gestores, educadores, empresários e a sociedade em geral. Um belo exemplo deste espírito vem ocorrendo em Santa Cata- rina, por meio do movimento Santa Catarina pela Educação, lide- rado pela Federação das Indústrias (Fiesc) daquele estado, pelo poder público da Educação, tanto na esfera estadual como munici- pal, pelas federações do Comércio, dos Transportes e da Agricultura, além dos institutos e fundações do terceiro setor, como os institutos Ayrton Senna e Natura. Um belo exemplo de como colocar em prática o que está posto no artigo 205 da Constituição Brasi­leira: “A educa- ção, direito de to­dos e dever do Estado e da famí­lia, será promovida e incentiva­ da com a colaboração da socie­ dade, visando ao pleno desen­volvimento da pessoa, seu pre­paro para o exercício da cidada­ nia e sua qualificação para o tra­balho”. Não é à toa que lá se cos­ tuma dizer: “A educação é o novo nome do desenvolvimento”. Portanto, não vamos pensar que, quando falamos de inova­ção, estamos falando apenas de incorporar as novas tecnologi­as e meto- dologias na sala de aula. É muito mais do que isso. “Inovação é sermos capazes de empurrar a fronteira do conhe­cimento, de prover ao profes­ sor o acesso a esse conheci­ mento, para assegurar aos nos­ sos alunos o direito à aprendi­ zagem, fazendo isso de forma colaborativa com a sociedade, trabalhando todos juntos em prol de uma educação de qual­idade. Sem esse compromisso, não haverá educação, não ha­verá inovação. E, temo dizer, não haverá futuro. Educação e inovação no século 21 85