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Nasce a mais nova coluna de A Capitolina! Aqui trataremos de acessibilidade na literatura, mostrando como a leitura é imprescindível para a cultura e, portanto, como é importante pensarmos em formas acessíveis de divulgar a literatura. A cada edição, falaremos sobre livros e curiosidades, enfatizando cada deficiência e tudo o que abrange seu mundo. Traremos informações interessantes para contribuir com a sua cultura também, afinal, todos fazemos parte de uma mesma sociedade que, mais do que nunca, tem de ser inclusiva.
Quem não adora pegar nas mãos um livro recém-lançado, sentir seu aroma, a textura do seu exterior e interior e poder desfrutar de suas palavras? E como é delicioso passear por entre as prateleiras de uma livraria ou biblioteca admirando as obras ali dispostas.
Agora, imagine um livro totalmente novo, com obras inéditas de escritores renomados como Luís Fernando Veríssimo e Lya Luft. Deu vontade? Pena que você não pode ler. É com essa afirmativa impactante que o projeto Palavras Invisíveis divulga sua obra inédita totalmente escrita em braille. Apresentam, ainda, o seguinte fato: mais de 95% das obras não são acessíveis aos deficientes visuais. Com isso, o projeto triunfa em mostrar que a acessibilidade é assunto sério e merece um olhar mais atento.
Cultura À Primeira Vista
Ana Luiza Brunetti
DE ONDE VEM O BRAILLE?
Nascido em Coupvray, na França, Louis Braille (1809 – 1952) foi o
inventor do sistema de leitura para deficientes visuais que leva
seu nome. Tendo ficado cego aos três anos, por conta de umai
infecção proveniente de um ferimento no olho esquerdo, Braille
estudou até os dez em um colégio regular, quando ganhou uma
bolsa integral no Instituto Real de Jovens Cegos de Paris por
mérito. Na juventude, após se deparar com métodos de leitura nada práticos, Louis Braille começou a estudar a forma de comunicação utilizada pela artilharia francesa, chamada “escrita noturna” ou serre (que mais tarde viria a ser a sonografia). Essa forma de escrita consistia em imprimir palavras em alto relevo, que pudessem ser facilmente percebidas pelos soldados, sem o uso de qualquer luz que pudesse denunciar sua posição. Braille simplificou o código, criando o que chamamos de célula braille, composta de seis pontos que são combinados de acordo com as letras do alfabeto e os numerais. Assim nasceu o método de leitura mais utilizado mundialmente, que proporciona aos deficientes visuais o acesso às palavras escritas.
Livros para todos