A Capitolina 8, agosto 2014 | Page 35

sempre fui uma vítima de mim mesma. Eu fazia coisas erradas, fugia, ficava maluca. Agora faço esse sentimento trabalhar para mim, através da música, em vez de me destruir."

No ano de sua morte, veio ao Brasil para conhecer o carnaval. Mal sabia que alguns meses depois, sua vida chegaria ao fim... Com o Blues, Janis se identificava; se encontrava na sonoridade rasgada, melancólica e entristecida. Para ela, "Blues é querer uma coisa que você não tem." Suas roupas e acessórios causavam estranheza para muitas pessoas, mas ela não ligava pra isso. Usava inúmeras pulseiras nos braços, a fim de esconder as marcas de picos. Possuía um visual hippie carregado que dava mais ênfase a sua personalidade arredia. A 'feinha' texana, dona de uma voz poderosa inconfundível, tinha um estilo único.

"Todo mundo que tiver uma aparência esquisita se dana. Eu pareço bem estranha, mas faço o melhor que posso."

No livro você pode encontrar várias entrevistas da época, e vai descobrir várias coisas a respeito da cantora branca com voz de negra. O organizador do livro, Atanásio Cosme, é o presidente do fã-clube de Janis Joplin Pearl White of Texas. Em quase 160 páginas, ele juntou um bom material sobre a vida de Janis e sua carreira, e qualquer pessoa que queira conhecer a cantora vai encontrar no livro uma boa fonte de informações. O livro possui algumas imagens de Janis, que vão desde a infância até sua aparição em palcos... Na madrugada de 4 de outubro de 1970, após ter voltado da rua onde havia ido para comprar cigarros, ela exagera na dose e é encontrada morta pela manhã... Um dia antes, ela havia acompanhado no estúdio o áudio instrumental da última música do álbum Pearl, e planejava gravar o vocal na manhã seguinte. Infelizmente, não deu... Aos 27 anos, a pérola do Blues se foi...

"Morrera de tudo: uma dose regular de heroína puríssima, misturada a muitos anos de alcoolismo, muitos e muitos gramas de barbitúricos e anfetaminas. E algumas substâncias mais sutis como solidão, desespero, um tanto de masoquismo, um tanto de revolta, um tanto de loucura, os blues cósmicos...".

Para quem aprecia uma boa música, uma bela voz, eis uma boa pedida...

Resenhando 33

. 'Janis Joplin por ela mesma'. Editora Martin Claret. 2004. 1 edição. 159 páginas.