11 A Capitolina
Primeiramente devemos distinguir “esotérico” e “esoterismo”. A palavra “esotérico” é encontrada com muita frequência na literatura atual, e por esse motivo é a maior parte das vezes abordada sem o menor rigor. O uso inadvertido do termo causa confusão ao generalizar, por vezes, relacionando o esotérico com doutrinas exóticas, sistemas iniciáticos, ciências ocultas, entre outros - o que é o bastante para que a ciência moderna as taxe de falsas e nem sequer as considere ciências.
O primeiro a tentar resolver a problemática do termo esoterismo foi Antoine Faivre, professor da Sorbonne, em seu pequeno livro L’ésotérisme (1992). A etimologia do termo não sugere muito, ou melhor, é pouco explicativa: eso indica “para dentro”, o ter uma oposição (FAIVRE, 1994, p.8), e o ismo um sistema. “Estar” ou “ir para dentro” sugere uma interiorização, voltar-se ao “interno”, porém “estar fora” ou “dentro” de quê? Pois a palavra esoterismo não indica algo específico, até mesmo pode significar uma infinidade de conteúdos. A tentativa de Faivre é circunscrever um campo de pesquisa possível. Porém, o esoterismo parece indicar mais uma “forma de pensamento” do que um “campo”. Faivre sugere investigar a natureza do esoterismo a partir de discursos que chamam a si mesmo de “esotéricos”, e os que implicitamente o dizem ser.
Em geral o termo esotérico indica “segredo”, “arcano”; algo isolado, misterioso ou reservado. Por exemplo, fala-se de doutrinas esotéricas de Platão e Aristóteles – o sentido do termo “esotérico” (έσωτερικός) é atribuído a Aristóteles, porém ele usa apenas a palavra sugere investigar a natureza do esoterismo a partir de discursos que chamam a si mesmo de “esotéricos”, e os que implicitamente o dizem ser.
Em geral o termo esotérico indica “segredo”, “arcano”; algo isolado, misterioso ou reservado. Por exemplo, fala-se de doutrinas esotéricas de Platão e Aristóteles – o sentido do termo “esotérico” (έσωτερικός) é atribuído a Aristóteles, porém ele usa apenas a palavra Samosata, contudo este termo só será associado a “segredo” em Clemente de Alexandria, posteriormente, o termo aparece em Hipólito de Roma, Orígenes e Gregório de Nissa.
Segundo Jean-Pierre Laurant o termo esoterismo aparece pela primeira vez em 1742 em um autor maçom, e lá remete a um ensinamento interno, ou secreto, ministrado nas Lojas apenas aos seus integrantes (cf. LAURANT, 1995, p.12).
Hanegraaff, por outro lado, indica o ano de 1828 e ao autor Jacques Matter ao aparecimento do termo l’ésotérisme em seu livro História crítica do gnosticismo e de suas influências; seguido por Jacques Etienne em 1839, e Pierre Leroux. Em 1852 aparece no Dicionário Universal de Maurice Lachâtre (do grego eisôtheo entendido como princípio da doutrina secreta), depois popularizado por Eliphas Lévi em livros sobre magia, enquanto no inglês (esoteric, esotericism) é introduzido por A. P. Sinnett em Budismo Esotérico (HANEGRAAFF, 2006, p.337).
Aqui podemos perceber um sentido a ele associado, o do “mistério”, que torna o mundo uma experiência de aprofundamento, fora dos afazeres cotidianos, dos objetos comuns, para o insólito, em suma, para o extraordinário, ultrapassando os limites da linguagem e dos conceitos, e ingressa em um âmbito não comunicativo, ou no mundo do símbolo, do mito e do rito, da linguagem velada ou simbólica. Porém, esse sentido é muito restrito ou pouco significativo, pois muito do que se diz “esotérico” é restrito aos iniciados, cabendo apenas a eles o domínio apropriado do sentido e transmissão dos conteúdos “esotéricos”, sendo então muito problemático para os não-iniciados.
O esoterismo possui outros sentidos, como: 1) o de um caminho ou prática que dirige aquele que o segue a um lugar o qual conteria um tipo superior de conhecimento através do contato direto com a tradição (FAIVRE, 1994, p.10). As escolas ou correntes seriam um meio para alcançar esse lugar, tanto que o termo esoterismo poderia se referir tanto ao meio
O esoterismo possui outros sentidos, como: 1) o de um caminho ou prática que dirige aquele que o segue a um lugar o qual conteria um tipo superior de conhecimento através do contato direto com a tradição (FAIVRE, 1994, p.10). As escolas ou correntes seriam um meio para alcançar esse lugar, tanto que o termo esoterismo poderia se referir tanto ao meio
Esotérico e Esoterismo