A Capitolina 4, abril 2014 | Page 25

essoalmente, eu não sou adepto de resenhar livros que são costumeiramente conhecidos por todos - prefiro efetuar minhas críticas sobre livros que são conhecidos, mas não tanto, para que outras pessoas também possam conhecê-los. Hoje, entretanto, quebrarei o padrão e resenharei o livro “Bruxos e Bruxas”, atualmente muito comentado, em especial pelos jovens da nova geração literária.

Eu consigo entender a atração que este tipo de leitura trouxe para os leitores de hoje em dia - afinal de contas, a narrativa do livro de Patterson é dinâmica e cheia de movimento. A história é envolvente e não se fia em detalhes desnecessários (como já critiquei anteriormente ao fazer o paralelo com o estilo Tolkiano em outra das minhas resenhas). Entretanto, a história também é superficial e não se fia em detalhes que poderiam ser desenvolvidos.

O tempo passou muito rapidamente para mim com a leitura deste livro, o que me lembrou a profundidade dos livros de história que eu lia há vários anos - concernentes a uma narrativa central, mas mais focado no movimento do que nas ações propriamente ditas. Pessoalmente, não consigo determinar se “Bruxos e Bruxas” é um livro bom ou não; apenas posso afirmar, no presente momento, que é um livro diferente de praticamente tudo o que já li. A sensação de tê-lo lido não foi carregada de emoção (como ocorreu comigo em “A Maldição do Tigre”), de surpresa (como ocorreu em “A Guerra dos Tronos”), saudosismo ou qualquer outra sensação que o valha. Tampouco esta leitura foi colorida pelo ‘detestar’ que tenho por “A Ascensão do Colosso” ou a saga Crepúsculo. A leitura simplesmente o foi, e isso foi o bastante, tal como um universo de faz-de-conta que se desliga como um apagar de luzes.

Em retrospecto, acredito que talvez essa possa ter sido exatamente a intenção de Patterson. Ao ler um livro desta magnitude com tão pouco teor, acabei por me aperceber da natureza vacuolar de nossa “casta literária”. Conforme as páginas passavam comecei a ponderar que talvez precisemos, atualmente, de livros que sejam mais implícitos do que explícitos.

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Bruxos e Bruxas

Lucas Lacerda

Resenhando 24

PATTERSON, James. 'Bruxos e Bruxas'. Editora Novo Conceito. 2013. 1 edição. 288 páginas.