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Dezembro 2021 | Cidade Nova | 33
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Realmente , o investimento em publicidade em assistentes de voz deve chegar a US $ 19 bilhões no mundo , enquanto as compras demandadas apenas pela fala podem atingir US $ 80 bilhões até 2023 , de acordo com Juniper Research .
A ideia é utilizar a voz para criar experiências mais conversacionais com os consumidores e utilizar os dados coletados para gerar atendimentos mais empáticos e ágeis . A Natura , por exemplo , já conta com um sistema de compra por comando de voz através da Google Assistente . Tais exemplos devem crescer progressivamente , ano a ano .
Privacidade
É claro que ter equipamento como esse em casa sugere que as grandes empresas de tecnologia estão à espreita , escutando nossas conversas . Algumas denúncias já comprovaram que uma amostra pequena de diálogos é utilizada pelas companhias para tornar a tecnologia mais inteligente , já que os dispositivos aprendem com o uso .
Mas ao que tudo indica , boa parte da população não está muito preocupada com o uso dos dados . A pesquisa da Ilumeo com brasileiros também apontou que apenas 22 % consideram a tecnologia nociva à privacidade dos dados . Parece que por aqui , assim como em todo o mundo , preferimos as comodidades a deixar de usar novas tecnologias e as redes sociais .
Aliadas da acessibilidade
Outras aplicações bastante interessantes a serem observadas com a popularização das assistentes virtuais por comando de voz são suas contribuições na melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência .
O capixaba Hércules Paiva Júnior , de 45 anos , tem baixa visão . “ Faço uso de diversas tecnologias assistidas por voz para ler mensagens , e-mails , descobrir minha localização , fazer ligações e pesquisar no Google , especialmente sobre marcenaria e bicicletas , duas paixões que tenho . O ruim é que só funciona com internet ”, destacou .
Apenas no ano passado , a Alexa adicionou outras 98 funcionalidades ao seu sistema voltadas à acessibilidade . O incremento foi resultado de uma premiação promovida pela Amazon para incentivar desenvolvedores a criar habilidades inclusivas para a sua tecnologia . Dentre os vencedores estavam um jogo da memória sonoro que auxilia no desenvolvimento mental e na cognição , uma funcionalidade que ajuda pessoas com deficiência a lembrar onde guardaram objetos e um aplicativo que prevê a chegada de ônibus , localização e endereço de pontos na cidade de São Paulo .
Quem nos contou sobre a premiação foi Iara Pasqualini , de 38 anos , que tem perda total da visão . Ela faz uso de diversas tecnologias comandadas por voz , mas acredita que ainda existem muitas barreiras de custo , usabilidade e praticidade . “ Se as pessoas tivessem mais familiaridade com acessibilidade desde a escola , poderiam desenvolver aplicativos e tecnologias ainda melhores e mais acessíveis ”, conclui .

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