3ª Edição Caras do Soyo 3ª Edição Caras do Soyo | Seite 16

HIDROCEFALIA POR : MARÍLIA CAIO H idrocefalia (hidro = água + Céfalo = cabeça) é uma condição que se carac- teriza pelo acúmulo do líquido cefalorraquidiano (LCR) nos ventrículos cerebrais (cavidades intercomunicantes localizadas em áreas do encéfalo). Esse acúmulo pode ser causado por um dese- quilíbrio entre a produção e a reabsorção do líquido cefalorra- quidiano ou por algum tipo de obstrução que impeça sua circu- lação e drenagem. O fato é que o excesso retido faz os ventrículos cerebrais dilatarem, o que pode provocar compressão e danos nas estruturas encefálicas. A hidro- cefalia na nossa comunidade é chamada vulgarmente por cabeça de sereia. Causas A hidrocefalia pode ser congênita ou adquirida. 16 A forma congênita está presente no nascimento, mas pode ser identificada dentro do útero materno ou manifestar-se apenas ao longo dos primeiros meses de vida. Apesar de nem sempre ser possível determinar a causa exata do distúrbio, é certo que estão envolvidos factores genéti- cos e hereditários, assim como a ocorrência de doenças infecciosas durante a gestação. A forma adquirida pode manife- star-se em qualquer idade e ser causada por infecções e tumores cerebrais, traumatismos crania- nos, hemorragias ou AVC entre outras. Classificação A hidrocefalia pode ser classifi- cada de acordo com a causa do distúrbio: 1- Hidrocefalia obstrutiva ou não comunicativa – quando há um bloqueio no sistema ven- tricular que impede a circulação do líquido cefalorraquidiano pelo encéfalo e medula espinhal 2- Hidrocefalia não obstru- tiva ou comunicativa: O LCR circula livremente. No entanto, a reabsorção na corrente sanguínea pode não ocorrer na proporção adequada ou, num número menor de casos, a produção do fluido é excessiva. 3- Hidrocefalia de pressão normal idiopática (HPNI) – sem causa definida, é mais comum nos idosos. Sinais e Sintomas: Em bebes Crescimento rápido da cabeça e alteração do formato do crânio como resultado do acúmulo de líquido nos ventrículos; Fontanela dilatada, quando os ossos do crâ- nio ainda não se soldaram; Olhar de sol poente (olhos voltados para baixo); Irritabilidade; Sonolência; Atraso no desenvolvimento psico- motor. Crianças maiores, ado- lescentes e adultos jovens Dor de cabeça; Perda de coordenação, do equilíbrio e de outras habilidades já anteriormente adquiridas; Náu- seas e vômitos; Sonolência exces- siva; Desatenção, irritabilidade; Queda no desempenho escolar; Convulsões. Idosos Demência ou declínio mental, com perda progressiva da memória; Instab- ilidade para caminhar e lentidão de movimentos; Dificuldade para reter urina e urgência frequente para urinar. O tratamento: pode ser clínico ou cirúrgico e devido a todo comprometimento do paciente, a fisioterapia entra como peça fundamental para a reabilitação e tratamento mais cedo possível para ajudar na melhoria e recu- peração do mesmo. Intervenção/ Tratamento Fi- sioterapêutica Antes de qualquer intervenção é fundamental estabelecer um pro- grama de atendimento, fisioter-