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Revista Jurídica do Instituto Brasil – Portugal de Direito
Estudos em homenagem ao Prof. Dr. Paulo Ferreira da Cunha
1ª Edição
O que se sabe é que, independente da abordagem, o conceito de saneamento vem
sendo aprimorado com o passar dos séculos e com o avanço nos estudos e técnicas na
área. Nas palavras de Borja; Moraes, "a noção de saneamento assume conteúdos
diferenciados em cada cultura, em virtude da relação existente entre homem-natureza e
também em cada classe social, relacionando-se, nesse caso, às condições materiais de
existência e ao nível de informação e conhecimento" (2014, p. 2-3).
No Brasil, no início, a noção de saneamento esteve agregada à Saúde Pública. A
tabela a seguir resume o histórico do saneamento no Brasil e sua íntima relação com a
Saúde Pública, que depois teve abordagem ampliada ao meio ambiente e
desenvolvimento sustentável.
Tabela 1 - Evolução histórica dos aspectos de Saúde Pública e meio ambiente no
setor de saneamento no Brasil.
PERÍODO
Meados do século
XIX até início do
século XX
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Estruturação das ações de saneamento sob o paradigma do higienismo,
isto é, como uma ação de saúde, contribuindo para a redução da morbimortalidade
por doenças infecciosas, parasitárias e até mesmo não
infecciosas.
• Organização dos sistemas de saneamento como resposta às situações
epidêmicas, mesmo antes da identificação dos agentes causadores das
doenças.
Intensa agitação política em torno da questão sanitária, com a saúde
ocupando lugar central na agenda pública: Saúde Pública em bases
científicas modernas a partir das pesquisas de Oswaldo Cruz.
Início do século XX
até a década de 1930
• Incremento do número de cidades com abastecimento de água e da
mudança na orientação do uso da tecnologia em sistemas de esgotos,
com a opção pelo sistema separador absoluto, em um processo marcado
pelo trabalho de Saturnino de Brito, que defendia planos estreitamente
relacionados com as exigências sanitárias (visão higienista).
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