ANO
01
EDIÇÃO
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PÁGINA
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Cultura e Talento
De uma forma poética poderíamos
dizer que a declamação é a transpi-
ração da poesia. É um ato onde a
pessoa que declama externa os
sentimentos retidos nos transcritos,
levando os ouvintes a vivenciarem o
que o poeta quis dizer em seus
versos.
Segundo algumas orientações do
Movimento Tradicionalista Gaúcho,
o declamador deve ter uma postura
cênica sóbria e sem exageros, inclu-
sive na indumentária. No palco, se-
gundo o poeta Colmar Duarte, o
declamador deve portar-se “como
quem nada teme, porém a ninguém
afronta”.
Os gestos devem ser os mais natu-
rais possíveis, como quem conta uma
história. A mímica é um recurso
auxiliar, não podendo se sobrepor a
interpretação vocal.
O tom de voz deve ser o tom natu-
ral do declamador, pois ao impostar
a voz de forma inadequada pode
ocorrer como quem canta fora do
tom, ou seja, desafinar ou não alcan-
A mensagem deve ser transmitida
com a maior sinceridade e convic-
ção possíveis, para que as emoções
sejam sentidas por quem assiste.
Para isso, não é preciso levar para o
palco adagas, borrachões, bandeiras,
etc...
A diferença entre interpretação
teatral e declamação é, portanto,
esta: o ator finge ser um persona-
gem, vestindo-se, pensando e agin-
do como tal. O declamador “conta”
a história fazendo o possível para
convencer as pessoas de que acre-
dita no que está dizendo.
Portanto, não é aconselhável cho-
rar, gritar, exagerar nos gestos ou
bravuras do povo riograndense,
arrancando as mais entusiásticas
admirações por serem transmisso-
res do pensamento poético. Em
suma, o declamador é a garganta do
vate.
Autora: Luiza Pfeifer
adereços que não façam parte da
indumentária. Segundo José Severo
Marques, em declamação todo ex-
cesso é pecado.
Os julgadores de declamação obser-
vam muito os seguintes quesitos: a)
Fundamentos da voz (dicção, impos-
tação e inflexão). b) Expressão (facial
e gestual). c) Fidelidade ao texto d)
Transmissão da mensagem poética.
A declamação é uma arte quase que
Diversos estudantes do muni-
cípio se prepararam para o
Concurso Estudantil - Projeto
Farroupilha Bem Gaúcha, que
já está em sua 3ª edição que
aconteceu nos dias 14, 15, 16
e 17 de setembro no Acampa-
mento Farroupilha.
Os alunos participantes dispu-
tarão nas modalidades de Dan-
ças Tradicionais, Intérprete
Vocal, Instrumental e Decla-
mação, nas categorias infantil,
çar determinada inflexão.
A dramaticidade é diretamente
proporcional ao texto, mas sem
“encarnar” o personagem como
o ator de teatro. O declamador
é apenas o portador da mensa-
gem que o autor traz para os
ouvintes.
“Além das
aptidões e das
qualidades
obrigatória nos diversos eventos herdadas, é a
artísticos do Rio Grande. Em tradição que faz
de nós aquilo que
nenhum outro Estado nota-se somos.”
tamanha dedicação pela declama- Albert Einstein
ção. Existem milhares, isto mes-
mo, milhares de declamadores
espalhados aos sete ventos desta
velha província de São Pedro. É
de praxe, nos Centros de Tradi-
ções Gaúchas, nos galpões de
fazendas, as pessoas receberem
seus convidados com belos re-
trechos de poemas. As prendi-
nhas, os piazitos, desde cedo,
vão se embrenhando nestes
meandros e, cada qual com seu
estilo, retratam histórias, aventu-
ras, ficções,
pré-mirim, mirim, juvenil,
adulta e universitária.
A Escola Estadual Olga
Brentano foi representada
pelos alunos: Luiza Pfeifer,
Marco Antônio, Suelen
Olszeski e Bruna Tarta-
rotti.