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1- INTRODUÇÃO

1- INTRODUÇÃO
Minha mãe dizia que eu tinha jeito para desenho, e resolvi tentar ganhar dinheiro com isso...
Normalmente é assim que muitos ilustradores começam a carreira, e muitos se deram bem, o que leva a crer que, na maior parte das vezes as mães estão mesmo certas.
Mas ser ilustrador não depende só da vontade, do talento e do empurrão inicial da mãe, depende também de dedicação, de persistência e paciência, de muito estudo, da necessidade de ler e ver muito sobre arte, cinema, literatura, cultura geral, além de conhecimento teórico e prático do rabisco.
No entanto, revendo a profissão de ilustrador de 50 anos para cá, se percebe que a evolução das técnicas permitiu uma facilidade crescente no trabalho: nos anos 40 / 50 para trás era a tinta óleo e o guache, tudo no pincel; nos anos 70 / 80 veio em força a ajuda do aerógrafo; e no meio dos anos 90 o computador.
Ahhh... o computador! Enquanto o aerógrafo era a tábua de salvação de muitos ilustradores no passado, o computador então se tornou questão de vida ou de morte para alguns hoje em dia, pois a facilidade e os diversos programas e filtros permitem que cada vez mais pessoas expressem o que quiser, mesmo sem nunca antes ter pego em um lápis na vida.
Isso permitiu a entrada rápida de muita gente nesse mercado, queimando etapas, fazendo com que muitos ilustradores entrem na área quase como um Miojo, de forma instantânea, muitas vezes sem qualquer conhecimento sobre o assunto, ou então profissionais que por puro acidente não tiveram o acesso necessário à informação para uma melhor formação teórica e prática.
Para agravar a situação, a profissão do ilustrador não é regulamentada. Em termos jurídicos ela simplesmente não existe, e conseqüentemente não existem também escolas, faculdades ou cursos de formação profissional de ilustrador. Apenas cursos de arte onde se ensinam as técnicas de desenho e pintura, sem nunca se falar da postura profissional.
Assim, o início de todos os ilustradores, todos sem exceção, se dá de forma amadora e improvisada, devido à mais absoluta falta de orientação profissional.
E dessa situação, depois de muita conversa entre centenas de ilustradores, se percebeu a necessidade de um guia. Algo que servisse para orientar os iniciantes, dar mais embasamento para os que já estão há algum tempo no mercado e estabelecer uma relação mais homogênea entre todos os profissionais.
Esse guia, no entanto, não tem a intenção de servir de regra ou lei em que todos deveriam seguir religiosamente feito monges enclausurados, chicoteando as costas ao menor desvio. Será apenas isso, um guia, onde cada um tem a liberdade de trabalhar como quiser, mas agora consciente do que pode ou não ser adequado.
Espero que assim, somado ao talento, os ilustradores possam ser um grupo mais unido, coeso e informado.
Ricardo Antunes
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