1964 As armas da política e a ilusão armada

As contradições sociais No período de 62-63, quando a América Latina sentia a contraofensiva ianque buscando impedir a propagação do fenômeno cubano, vivia-se o quadro da mobilização total do Departamento de Estado e do Pentágono, visando a derrotar as forças progressistas no continente. Tivemos, nessa fase, os golpes de Estado na Argentina, no Peru, no Equador, na República Dominicana e em outros países da América Central. O traço mais característico desses movimentos foi o alijamento do poder das forças que sempre se manifestaram em favor da Aliança para o Progresso. É interessante relembrar que foram depostos homens como Frondizi, Arosemena, Bosh (além de Jânio Quadros), que se fizeram representar na primeira Conferência de Punta Del Este, dando seu apoio ao programa Kennedy. A compreensão dessa fase da história da América Latina parcialmente tem que ser buscada nas mudanças ocorridas na política externa da Casa Branca. A tática do governo Kennedy, para sustar a multiplicação do fenômeno ocorrido na terra de Marti, consistia em estimular algumas dessas forças reformistas e a retirar qualquer apoio às ditaduras militares, do tipo da de Trujillo, Stroessner etc. Tal linha, aqui ou ali, recuava, como no infeliz caso do Paraguai, onde os americanos jamais conseguiram se apoiar noutra força que não o grupelho militar. Mas a linha Kennedy sempre foi posta em dúvida no seio do próprio governo americano. Não somente setores do big business manifestavam sua desaprovação, que se refletia no Legislativo, onde sempre houve resistências à política da Aliança para o Progresso. Essas restrições à política de Kennedy, entre os legisladores, é que explica o fato de nunca se ter pensado em transformar o documento de Punta del Este num tratado internacional, sujeito a ratificação pelas casas legislativas de cada nação latino-americana. Sabe-se também como determinadas iniciativas, surgidas no Senado dos Estados Unidos, dificultaram os planos de "ajuda ao exterior" como a famosa emenda Hickenlloper, que pressionou o Causas da derrocada de 1° de abril de 1964 451

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