1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 451

dessa política nacionalista. Segundo o Subcomitê de Relações Econômicas Interamericanas do Comitê Conjunto do Senado e da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a média anual dos investimentos privados ianques, na América Latina, foi, na década de 50, de 325 milhões de dólares. Em 1961, tal média caiu para 175 milhões, sendo que, em 1962, os investimentos privados norte-americanos não chegaram a oitenta milhões de dólares. O montante dos investimentos privados estadunidenses, portanto, vinha diminuindo em toda área, o que constitui uma resposta aos que intentam responsabilizar a política nacionalista, no Brasil, pela fuga dos capitais da mais poderosa nação imperialista. Acrescente-se a isto o fato de após os acontecimentos de abril de 1964, com o golpe de Estado e a consequente reviravolta na política oficial ante os investidores, não ter se verificado o esperado rush de investimentos estrangeiros para o Brasil. É possível que, nos anos de 62 e 63, alguns capitalistas estrangeiros tenham tido receio de aplicar capitais em nossa Pátria. Mas, não se pode deixar de grifar que, se houve geral diminuição dos investimentos em toda a América Latina, a explicação do fenômeno deve ser buscada em novas direções. Os capitalistas norte-americanos fazem investimentos em países que oferecem elevada rentabilidade (caso da Europa Ocidental, nos dias atuais) ou naquelas nações onde prevalece grande "tranquilidade de dominação" (Canadá, Porto Rico, algumas regiões da África etc.). Por outro lado, existem sinais de dificuldades na economia norte-americana, o que leva o governo de Washington a fazer restrições à saída de capitais. Enfim, a vida comprovou o fracasso gritante das afirmações de Roberto Campos de que os investimentos americanos não vinham para o Brasil em virtude das "áreas de atrito" e das medidas adotadas ou anunciadas pelo governo Goulart. Voltando à análise que procedíamos, sentimos hoje que um fator, verificado em nossa vida econômica, jogou na oposi :|:6