1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 449
dos mesmos uma queda na renda bruta de aproximadamente 25%
ou uma perda de quase 160 bilhões de cruzeiros aos valores atuais".2
Além da queda do ritmo de desenvolvimento, houve a aceleração do processo inflacionário. Os números relativos à entrada da
economia numa fase de hiperinflação falam por si sós.
Elevação de preços
1954 – 30%
1959 – 38%
1955 – 12%
1960 – 30%
1956 – 19%
1961 – 38%
1957 – 12%
1962 – 52%
1958 – 12%
1963 – 74%
Em tal quadro de declínio no ritmo de crescimento e de
hiperinflação, o país encontrou-se dominado pelo descontentamento em vários setores. Havia um generalizado receio pelo que
sucederia no futuro próximo. Os meios empresariais encontravam-se profundamente inquietos, o que acontecia inclusive com
aqueles que mantinham seu apoio ao governo Goulart. Naquela
situação, a confiança nas autoridades monetárias tinha de desempenhar um papel de relevo na vida econômica e financeira. O fato
de terem sido substituídos dois ministros da Fazenda (em período inferior a um ano), San Tiago Dantas e Carvalho Pinto, e de
ter sido, em terceiro lugar, nomeado para essa pasta um elemento
sem gabarito (Nei Galvão) agravou o clima de intranquilidade e
de desconfiança na capacidade do governo de bem resolver os
problemas que toldavam os horizontes.
O governo Goulart vogava quase sem rumo no mar tempestuoso das dificuldades da situação econômico-financeira do país.
2
Boletim da Secretaria da Agricultura de São Paulo, n. 6, ano XI.
Causas da derrocada de 1° de abril de 1964
447