1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 367

No depoimento de Rosalina é colocado que: (...) a tortura é uma coisa que é feia, que é pouco épica, que não é heroica. As pessoas têm medo de se aproximar, têm medo de pegar essa bandeira, então essa bandeira ficou com as famílias, ficou com os torturados. Que ficam, de certa forma, meio isolados, meio que com jeito de bruxa, de caça às bruxas, daqueles caçadores nazistas e a gente fica querendo se identificar com isso e é uma luta manter a denúncia. O Brasil do pós-64 não é modelo único desse tipo de violência. São vários os momentos históricos e diversas sociedades que praticam em tempo de guerra o estupro. Humilhar o outro homem, o inimigo, através das mulheres. No livro Sexualidade violentada – uma tentativa de destruição temos que: Relatório afirma que violações em massa fazem parte da “limpeza étnica” na Bósnia. Tropas sérvias na Bósnia estupraram cerca de 20 mil mulheres muçulmanas, como parte da campanha para aterrorizar e expulsar populações não-sérvias, afirma relatório de investigadores da Comunidade Europeia (CE), divulgado em Genebra (Suíça). Segundo o documento, o estupro foi e continua sendo utilizado para implementar a política de limpeza étnica, fazendo com que civis fujam de suas casas com a chegada de tropas invasoras. (...) A equipe de investigadores esteve na Croácia, por cinco dias, no final de dezembro, recolhendo depoimentos de muçulmanas que fugiram da Bósnia. O documento estima em 20 mil o número de vítimas, a maioria sem dúvida de mulheres muçulmanas. Mas há também relatos impressionantes de estupros de sérvias e croatas, assim como abuso de homens nos campos de prisioneiros. Muito dos estupros são cometidos de forma especialmente sádica, diz o relatório, para infligir o máximo de humilhação: filhas são violadas diante dos pais, mães diante dos filhos e mulheres diante dos maridos. A delegação viu documentos sérvios que demonstram que os estupros fazem parte de uma estratégia expansionista, diz o relatório. O governo da Iugoslávia (Sérvia e Montenegro) afirmou que as denúncias não foram verificadas com isenção. Disse que Violência na ditadura contra mulheres 365