1964 As armas da política e a ilusão armada

REPRESSÃO E VIOLÊNCIA DE ESTADO CONTRA AS CLASSES POPULARES DURANTE OS GOVERNOS MILITARES Rivail Carvalho Rolim1 Fabiana Cardoso Malha Rodrigues2 A s investigações sobre o regime militar deram contribuições significativas para o entendimento do exercício do poder, inclusive permitindo identificar práticas que contribuíram para tal exercício em um Estado ditatorial (Bandeira, 2001; Arns, 1985; Cheirub, 1993; Fico, 2001; Ridenti, 1993; Aarão Reis, 2004; Dreifuss, 1981; Dias, 2003). Dentre esses trabalhos alguns focaram a atenção na repressão e na violência cometida contra os grupos opositores ao regime militar, classificados como de terroristas ou inimigos. Podemos salientar que o livro Brasil Nunca Mais, que veio à lume no início da década de 1980, iniciou as pesquisas que procuraram fazer uma radiografia inédita da repressão política que se abateu sobre milhares de brasileiros considerados pelos militares como adversário do regime inaugurado em abril de 1964. Nas últimas décadas, outras pesquisas foram mostrando como o regime dos generais montou um aparato repressivo que, entre outras coisas, procurava promover repressões e expurgos em 1 2 Professor adjunto da Universidade Estadual de Maringá, com Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense e Pós-Doutorado em Sociologia Jurídica e Criminologia pela Universidade de Barcelona. Professora do Curso de Especialização em Administração Pública, da Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) – Ceap/Ceperj. Pós-doutoranda da Universidade Federal de Minas Gerais, com Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense. 342

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