1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 291
O pacifismo seguido pelo Partido Comunista Brasileiro provocou
certa conciliação, o que fez com que esses jovens saíssem do partido
e partissem para a luta armada. O Partido Comunista é responsável
por essas mortes. Temos feito frequentes autocríticas, particularmente em nossos congressos, sobre o sectarismo, os métodos de
direção e o mandonismo. No próximo congresso, o 7º, pretendemos fazer uma autocrítica profunda desse pacifismo.
Tarde demais. E ele saiu do partido antes desse congresso.40
Dias, que se encontrava enfermo, na Presidência do PCB. Acabavam definitivamente,
dentro do PCB, o tenentismo e o prestismo, a Coluna e o fantasma de 1935. Os comunistas eram agora cidadãos brasileiros filiados a um pequeno partido, que tinha
apenas três parlamentares (deputados Augusto Carvalho, Fernando Sant’Anna e Roberto Freire), mas que, como afirmara Ulysses Guimarães, presidente da Constituinte, valiam por 30. Eram tão poucos e mudaram, influenciaram e determinaram a vida
de milhões.
40 A crise instalada no CC do PCB, a partir de 1975, entre os eurocomunistas e Prestes é,
na verdade, uma crise que se arrastava desde o XX Congresso, em 1956. Ele era o principal dirigente stalinista do partido. E foi debatida publicamente nos jornais: “Prestes
volta reconhecendo divergências dentro do PCB”, Jornal do Brasil, 14/10/79; “Prestes chega e marca posição”, Movimento, 29/10/79; “O Comitê Central não é contra
mim”, Jornal da República, 25/10/79; “M. Luiz Carlos Prestes est vivemente contesté
par les chefs de l’aile “liberale” du parti communiste”, Le Monde, 15/02/80; “Prestes
admite divergências internas do PCB”, Folha de S. Paulo, 17/03/80; “Comitê Central
destitui Prestes da direção do PCB”, Jorn