1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 278
(reforma agrária), a mensagem presidencial ao Congresso (reformas de base).
Houve uma grande subestimação das forças da reação e de sua capacidade de desfechar um golpe, ao mesmo tempo em que se superestimava a força e a capacidade de luta do dispositivo militar de
Goulart. Na realidade, a reação em seu conjunto (extrema-direita e
demais forças reacionárias e pró-imperialismo) tinha fortes posições
no aparelho do Estado e nas Forças Armadas, além de potentes
meios de propaganda capazes de influir na opinião pública.
As forças nacionalistas e populares alimentavam ilusões em uma
vitória fácil sobre a reação. Não se prepararam para a luta em
todos os terrenos, inclusive para enfrentar pelas armas um golpe
de força reacionário.
O principal ponto do documento:
Nosso partido foi colhido de surpresa pelo golpe, não estava preparado para enfrentá-lo e deve assumir uma séria posição autocrítica.
Não estávamos preparados para um golpe de direita. Absolutizamos a possibilidade do caminho pacífico e não nos preparamos
para enfrentar o emprego da luta armada pela reação. Embora nos
documentos do Partido se afirmasse que um dos caminhos possíveis para a conquista de um governo nacionalista e democrático
era a ação armada do povo e de parte das Forças Armadas, em
resposta a uma tentativa golpista, estávamos inteiramente despreparados para isto no terreno político, ideológico e prático.
Prestes insurgiu-se, pois era visto como o único réu, responsável,
pela derrota em 1964, quando os autores, todos, tinham sido partícipes da direção do PCB e da sua atuação política. O mais crítico de
todos, Marighella, dissera numa reunião de comunistas baianos
em Salvador, no dia 26 de março de 1964, que precisavam se aprontar, já que estavam em vias de galgar o poder. Foi rejeitado por
uma apertada votação. E adotou-se uma crítica mitigada, que igual
à primeira redação do que seria divulgado, é derr