1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 274

ruptura que, se seguida, seria o repúdio da espécie golpista herdada da IC. Fundava que a marcha pacífica em direção ao socialismo fosse em decorrência da democratização crescente da vida nacional; a ação operária se daria dentro da legalidade democrática (e do aperfeiçoamento dela a favor das massas); da opção por todas as formas legais de luta; da ação parlamentar e extraparlamentar do Partido e das demais forças democráticas; da solução pacífica dos problemas do Brasil com a acumulação gradual, mas permanente, de reformas democráticas. E a opção democrática foi incorporada, com reações poucas desfavoráveis, como o elemento essencial do trajeto obrigatório para se chegar ao socialismo. Alterava as alianças seguidas até ali, que passaram a ser pluralistas, sem discriminar quaisquer setores que aceitassem um programa comum, leia-se amplas alianças com outras organizações nacionalistas e democráticas. Mas ficariam somente no intencional. Na situação atual do Brasil, – destaca o documento – o desenvolvimento econômico capitalista entra em choque com a exploração imperialista norte-americana, aprofundando-se a contradição entre as forças nacionais e progressistas em crescimento e o imperialismo norte-americano que obstaculiza a sua expansão. (...). O golpe principal das forças nacionais, progressistas e democráticas se dirige, por isso, atualmente, contra o imperialismo norte-americano e os entreguistas que o apoiam. A derrota da política do imperialismo norte-americano e de seus agentes internos abrirá caminho para a solução de todos os demais problemas da revolução nacional e democrática no Brasil.35 Não podemos de forma alguma reconhecer a quem quer que seja o direito de propagar no Partido as ideias do inimigo de classe. E constituiria um crime que, a pretexto de livre discussão, a imprensa feita para servir ao povo, para educá-lo politicamente, passasse a constituir instrumento de confusão e de deseducação do povo. 35 Declaração de Março de 1958, Comitê Central do PCB, mar./1958. 272 1964 – As armas da política e a ilusão armada