1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 242
nar o julgamento dessas ações como terrorismo político pelas ditaduras militares da época? E o que era o terrorismo político para a
esquerda armada? Não se pode enquadrar nesse universo os protestos políticos não violentos, como greves, manifestações populares,
mobilizações sociais reivindicativas etc. Houve ações violentas em
que a componente terrorista não estava evidente, assim como ações
nas quais os três terrorismos clássicos estavam presentes: o do
Estado, o das organizações e o individual.
O que se analisará neste ensaio será feito em ordem cronológica, para que se tenha um roteiro do desenvolvimento desse
estado da arte revolucionária, em suas ações e atentados. Bem
como os números da repressão, nos anos de 1969 e 1970, que foram
de ondas de prisões e extermínio programado.5 Nada que não
houvesse sido predito.
Guerrilha cangaceira
Todos os dogmas estratégicos da guerrilha cubana foram
abrasileirados por Carlos Marighella para permitir que o Brasil se
tornasse o novo Vietnã (sic!). O foco cubano virou foco móvel,
ajustamento sintético da Coluna Prestes, mas com técnica cangaceira (pequeno 2w'W