1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 230
micos e sociais que permitiu. Ela também deve ser vista especialmente pela estabilidade política que a acompanhou, com a afirmação do processo democrático, realimentando as possibilidades
de novas conquistas sociais e econômicas para o país e para a
maioria da população.
Os alicerces e as estruturas do edifício do Plano Real estavam montados e foram capazes de enfrentar os terremotos da
economia mundial e permitiram colocar tijolos de mais políticas
sociais. E agora lhe falta construir novos alicerces para permitir
um desenvolvimento de longo prazo, e assim, garantir a continuidade e aprofundamento do processo democrático.
2004 e 2014, duas efemérides a pedir debate
Este livro é organizado pela Fundação Astrojildo Pereira,
órgão de estudos vinculado ao PPS. O partido fez parte do bloco
que elegeu Lula em 2002, porém, dois anos depois, deixou o
governo e passou para a oposição. Talvez tal fato não transcenda as
fronteiras de seus militantes. Mas ele deve ser examinado numa
perspectiva histórica mais ampla.
O PPS não foi o primeiro partido progressista a deixar o
governo. Lembremo-nos de que três meses após a posse de Lula, o
PDT deixou a coligação governista. Seu presidente, Leonel Brizola,
revelou que não fora consultado na escolha do representante do
partido no ministério. Tampouco fora convidado para discutir as
medidas de política econômica ou a reforma da Previdência do
setor público proposta pelo governo.
A falta de debate interno mesmo dentro do PT ensejou a que
ala mais à esquerda do partido, simbolizada pela senadora Heloísa
Helena e pelos deputados Ivan Valente, Chico Alencar, Milton
Temer, Luciana Genro, entre outros, deixasse a agremiação e organizasse o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
A discordância da política econômica ortodoxa não foi a
única motivação do PPS para deixar o governo. Igualmente, o
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