1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 204

todos os políticos marginalizados pelo golpe; depois, incentivou-se a participação no MDB. De outro lado, agrupou-se uma corrente composta por diversos segmentos que, pelas razões estratégicas mais diferentes, confluíram na crítica à política de alianças, considerada como um equívoco, uma mistificação que serviu para desvirtuar a consciência de classe do proletariado ao colocá-lo a reboque de uma burguesia nacional já integrada ao capitalismo internacional e, portanto, desinteressada no projeto nacional-desenvolvimentista e contrária às reformas de base. Para essa corrente, não se tratava de refazer a política de alianças (o “populismo”) para “derrotar” o regime militar, e sim desenvolver uma estratégia revolucionária para “derrubar” a ditadura. Por isso, os militantes de diversas agremiações de esquerda pregavam o voto nulo nas eleições, entendidas estas como “farsa” montada para legitimar o regime de força (graças a esta equivocada postura, 1970 foi a única vez em que a ditadura venceu um pleito, já que daí em diante o eleitorado entendeu o equívoco em que caíra). Essa política de “tensão máxima” (passeatas e guerrilha urbana) teve o seu desfecho no Ato Institucional número 5 e na subsequente repressão. A oposição ao regime, contudo, iria recompor-se lentamente a partir de 1973. A crise do “m