1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 135

de que não haveria nenhum foco de resistência na área militar, tendo em vista que na área civil ocorriam prisões em massa e abertura de inquéritos policiais militares, visando enquadrar os presos e perseguidos na famigerada Lei de Segurança Nacional, em vigor desde a era Vargas. A onda de repressão provocou grave refluxo dos movimentos de massas. Ciente de que tinha o controle absoluto da situação no plano militar, o alto comando do golpe avisou ao Congresso Nacional de que “as articulações cogitadas para designar um presidente provisório que restabeleceria a normalidade política até as eleições, que seriam realizadas no ano seguinte, não tinham nenhuma chance de prosperar, tendo em vista que as forças armadas tinham intervido no processo político para mudar os rumos do país e que cabia a eles a escolha do presidente, descartando de imediato, articulações para ungir o ex-presidente, marechal Eurico Gaspar Dutra”. Assim é que, no dia 8 de abril, o Brasil ficou sabendo que o escolhido para dar início ao período ditatorial era o general da ativa, Humberto de Alencar Castelo Branco. No dia seguinte (9), o alto comando do golpe edita o Ato Institucional, cujo preâmbulo começa assim: “Fica bem claro que a revolução não procura legitimar-se atrav