1964 As armas da política e a ilusão armada | Page 127
presidente Café Filho, e posse do udenista Carlos Luz, presidente
da Câmara dos Deputados. Este afasta o ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott, por defender a posse do eleito. O general Lott é convencido a agir para defender a legalidade e a Constituição. Com apoio de unidades blindadas da Vila Militar no Rio de
Janeiro, e de um amplo movimento da sociedade civil, Lott retoma
o posto de comandante do Exército, manda prender os golpistas,
afasta em definitivo o licenciado Café Filho e o interino Carlos Luz,
dá posse ao presidente do Congresso, e 4º na linha sucessória,
senador Nereu Ramos, que, na data marcada, 31/01/56, dá posse
ao presidente eleito Juscelino Kubitschek de Oliveira.
A oposição civil, liderada pela UDN, continuou forte, e novas
tentativas de levante militar aparecem no cenário político, como os
de Jacareacanga (PA) e Aragarças (GO), mas sem adesão e sem
consequência, sufocados no ato. Os argumentos mais usados para
tentar desestabilizar o governo de Kubitschek são as velhas denúncias de corrupção, com a construção de Brasília, a inflação que se
acelerava, o confisco cambial que revoltava os grandes fazendeiros
exportadores de produtos agrícolas, principalmente os produtores
de café, “a tolerância com os comunistas e com o sindicalismo político a serviço da subversão e da desordem”.
Kubitschek termina seu mandato, mas não consegue fazer
seu sucess