exibiu há dois anos a minissérie
‘Órfãos do Paraíso’, que surge no
contexto do terrorismo no mundo.
Citando mais recentemente ‘Anti-
-Herói’ que, com um tom Marvel,
retratou um pouco da realidade
da capital carioca, da violência.
O MV é como a TV. A diferença
está no público que vamos con-
versar. O público da TV talvez
tenha preferência por histórias
menos realistas, mais folhetines-
cas, até porque é um refúgio para
a violência do dia a dia. Mas o
público do MV é diferente. São
pessoas loucas por informação,
ligadas a tudo o que acontece no
Brasil e no mundo, e o MV pre-
cisa se adaptar a essa realidade,
sabendo conversar com esse pú-
blico, que demanda muita vontade
de conhecer histórias mais sociais.
A sociedade pode e deve ser retra-
tada e ela será a nossa oferta para
esse público sedento por qualida-
de. Se não entregarmos para eles
o que querem, perderemos para as
fakes News e para tudo de ruim
que estiver na rede. O MV deve
ser o ambiente de esclarecimen-
to, e se engrandece nesse sentido.
Texto de João Carvalho Neto para a re-
vista /Atenta - Julho/2018
JOÃO CARVALHO NETO
enquanto isso...
OPINACRITICA
BRASILEIRAS X MEXICANAS
Não, não é isso que você está pensando. Não iremos falar de futebol, mas de
dramaturgia. Se tem uma treta que causa neste meio é o fato de autores/lei-
tores de tramas que por aqui se enquadram como brasileiras ou mexicanas,
as famosas xicanas, rivalizarem.
Todo mundo sabe que as novelas brasileiras têm um estilo mais cotidiano,
realista e com vários personagens multifacetados (coisa que passou a se in -
tensificar e a ficar mais evidente nos últimos tempos), já as ditas mexicanas
são reconhecidas por seus dramalhões extremamente maniqueístas, textos
teatrais e tramas mal alinhavadas. Um estilo não está imune às característi-
cas do outro, mas cada qual é predominante em seu quadrado.
O autor/leitor de cada uma defende o que prefere. Uns dizem que isso aqui
é MV, que não se deve cobrar obras mais trabalhadas, cotidianas, que quem
quiser isso que vá assistir jornalismo. É risível isso, visto que se alguém procu-
ra uma obra fictícia, não procura um jornal ao lê-la, mas o mínimo de verossi-
milhança e qualidade para que ele consiga embarcar na história que o autor
se propõe a apresentar. E isto serve para os dois lados. Na outra ponta, um
estilo busca refletir e propor a discussão das mazelas sociais, o atual cenário
do país (até mesmo quando a trama é mais folhetinesca, futurista ou uma
fábula) e lapida as obras para isso, boa parte pelo menos.
Os argumentos de cada um dos lados são válidos. Somos livres e devemos
escrever como desejamos, de acordo com nossas inspirações. Se o leitor
compra, por que não? Sucesso não é sinônimo de qualidade, como o contrário
também não é.
Essa rixa não leva a nada. Quem pensa de uma forma continuará pensando
da mesma forma. Esse espaço aqui não busca fazer alguém mudar de opi-
nião, mas expressar a opinião de quem vos fala sobre determinado assunto e
levantar questões a respeito.
O MV é cheio de opções, para todos os gostos, como se fosse um enorme
banquete. Alguns servem-se de caviar enquanto outros...
DIRETOR GERAL MEGAPRO
João Carvalho é um estudante de Direito,
autor e diretor brasileiro, que também
dedica seu tempo livre a criações de
críticas sobre o MV, a TV e política.
Autor de sucessos como ‘Ruínas’ e da
minissérie ‘Tribunal de Rua’, ambas
histórias que retratam a realidade
da vida dos brasileiros. João gosta de
estudar a sociedade e imprime o resultado
de seus estudos em seus projetos. Nascido em
09/12/1999, ele é do signo de sagitário, e é um
ansioso quase impossível.
/ATENTA | 1ª edição
Marina Salles
Escrito por
para a revista /Atenta - Julho/2018
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