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Como dito no livro O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, no trecho “A relação dos dois sexos não é a das duas eletricidades, de dois polos. O homem a um tempo é o positivo e o neutro, a ponto de dizermos ‘os homens’ para designar os seres humanos (...) A mulher aparece como o negativo, de modo que toda determinação lhe é imputada como limitação, sem reciprocidade”. A sociedade vê homens e mulheres, de formas diferentes e isso se manifesta tanto na língua (línguas de origem latina principalmente) como socialmente.

Por isso dizer “os homens” para se referir a humanidade, mesmo que por conta da língua, exclui as mulheres da humanidade. Então, seguindo com o mesmo idealismo de Dorothy Parker, e vamos começar a tratar ambos, mulheres e homens como pessoas, tanto na fala, quanto na sociedade.

Trata-se de uma questão de escolha. Dessa perspectiva, dizer que os professores não têm escolha de mudar a linguagem usada em sala de aula, não é muito legal, já que a língua é criada por quem a fala e pode ser alterada com o tempo.

Portanto, o machismo na escola é presente de várias maneiras diferentes. Vimos que o machismo no ambiente escolar é, em grande parte um reflexo social e linguístico, não por isso devemos ignorá-lo e normalizá-lo. Muito pelo contrário! Devemos melhorar e fazer com que coisas machistas não ocorram no ambiente escolar, para que assim, o mundo se torne um lugar melhor, pois como dito anteriormente, “toda grande mudança começa de um pequeno lugar” e temos que começar agora.

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