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Sociedade

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O partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos está neste momento a atravessar uma crise interna.

Em declaração à rádio Observador o membro da Comissão Política Nacional do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, mostra algum descontentamento com a situação atualmente vivida no partido. Confessa que as opiniões internas se dividem entre os que pensam que o partido está num rumo certo e os que acreditam que há aspetos a melhorar. Gonçalves Pereira assume que a maturidade política da liderança constituiu um problema efetivo e reconhece que o partido perdeu relevância na esfera política portuguesa, mas afirma que vai continuar a mostrar-se crítico em relação ao partido democrata cristão.

O conselho nacional de dia 6 de fevereiro foi visto como uma oportunidade para discutir assuntos determinantes, como o futuro do partido ou o posicionamento que este pretende atingir na esfera política portuguesa. O CDS-PP reconheceu que o um dos seus grandes problemas se centra na falta de um posicionamento no panorama político nacional e no acesso ao arco da governação. Há claramente uma quebra de identidade na estrutura partidária que se aliou à dificuldade de convivência entre as diferentes correntes do partido, fraturado por diferentes perspetivas instaladas no que concerne aos caminhos da democracia cristã. Atualmente o CDS é a junção de diferentes protagonistas com ideias dentro daquilo que é o perímetro democrata cristão que acolhe liberais e conservadores.

O historiador italiano, Riccardo Marchi, numa reflexão sobre a dinâmica da direita portuguesa afirma que o Conselho Nacional do CDS manteve aberta a janela de oportunidade que o Chega está a aproveitar desde 2019. Acrescenta ainda que o partido liderado por André Ventura está a viver com algum agrado as vicissitudes do CDS e que esta crise é positiva para o partido de extrema-direita.

Sob a perspetiva deste historiador, o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos enfrenta uma crise interna profunda onde os principais problemas são a convivência de correntes distintas: liberal, conservadora e democrática cristã, bem como o surgimento de dois novos partidos à direita: a Iniciativa Liberal e o Chega que pulverizaram os votos da direita portuguesa roubando consequentemente, votos ao partido democrata cristão.

A crise na liderança do CDS transformou-se na luta pela sobrevivência do partido. Os militantes reconhecem a necessidade de apelar à união de todos para ultrapassar esta crise e reverter a situação para que os portugueses voltem a acreditar em Portugal dando uma oportunidade ao partido fundado por Diogo Freitas do Amaral.

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Por Matilde Barata

CDS - O partido que luta pela sobrevivência

Pontivírgula

Líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos.

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