Mundo
Pontivírgula
Por Tiago Coelho
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Nova caravana de imigrantes a caminho dos EUA
Todos os anos países da América Central, não só o México, mas países como a Guatemala, as Honduras ou El Salvador defrontam-se com movimentos migratórias, seja em fuga da pobreza e violência (acentuadas pela pandemia) e/ou pelas catástrofes naturais, como os dois enormes furacões que destruíram vilas e comunidades em novembro do ano passado. O propósito destas pessoas é por norma o mesmo: chegar ao México e a partir daí alcançarem a fronteira com os EUA. A este tipo de movimentos, não só migratório, geralmente designam-se "caravanas", que, contrariamente ao que o nome indica, consiste numa marcha a pé (bastante precária e aglomerada).
No domingo, dia 17 de Janeiro, um desses grupos de migrantes oriundos das Honduras, com destino ao famoso sonho americano, foi recebido da pior maneira, (pelos vistos a única encontrada neste tipo de circunstâncias pelas forças de segurança presentes no local). Milhares de pessoas (estimam-se 7.000 migrantes), pelo menos até agora, foram interceptadas numa estrada próxima da fronteira com a Guatemala. Algumas pessoas tentaram forçar a passagem, porém foram ao encontro de uma parede policial e militar que, num confronto bruto, chegou a servir-se de cassetetes e gás lacrimogéneo.
É de esperar que este tipo de fenómenos permaneça, enquanto nestes países se continuar a verificar uma constante situação de insustentabilidade.
Decorrente do sucedido, crê-se que várias pessoas ficaram feridas e, durante a procura de assistência médica, algumas chegaram a testar positivo à Covid-19.
Ora, de acordo com o instituto de migração da Guatemala, os imigrantes não poderão prosseguir marcha e entrar no país enquanto não apresentarem um teste negativo à Covid-19 – assim nos apercebemos o quão problemática as circunstâncias são para a maioria das pessoas. Ainda, em comunicado, o presidente guatemalteco declarou: "A mensagem é clara e forte: esse tipo de movimento ilegal de massa não será aceite, pois é por isso que estamos a trabalhar junto com as nações vizinhas para tratar disso como uma questão regional".
Emigrantes hondurenhos entram em confronto com soldados guatemaltecos em Vado Hondo, Guatemala, no domingo, 17 de Janeiro de 2021 - ©AP/Sandra Sebastian