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Por Ana Catarina Pinheiro

As Nossas Mulheres

Qualquer país tem a sua história e não há nada mais importante para os seus cidadãos do que conhecê-la. Através da história percebem as origens da sua pátria, a sua cultura, as ideologias das suas gentes, os grandes feitos e os grandes erros. Contudo, ao longo dessa caminhada, os homens costumam destacar-se nas antigas sociedades serem pautadas por um sistema patriarcal que se encarregava de desvalorizar a mulher.

Não obstante, desde sempre houve mulheres a desafiarem os homens e o seu próprio tempo. Neste caso, apresento oito mulheres que marcaram a história de Portugal e que muitas vezes são postas de lado ou conectadas a feitos menos heroicos, mesmo que tenham sido personalidades ímpares prontas para qualquer sacrifício.

D. Teresa de Leão

D. Teresa é a primeira grande mulher da história de Portugal, não só por ser a mãe do primeiro rei (D. Afonso Henriques), mas também por ter sido uma estratega exemplar do seu tempo.

Esta mulher é fruto da relação extraconjugal do Rei Afonso VI de Leão e Castela e da nobre leonesa Ximena Moniz. Foi educada pela mãe e avô materno até ser chamada à corte para ser mais um peão de seu pai. É na corte que se nascem conflitos entre si e a filha legítima do rei, D. Urraca que, mais tarde, ganharão grandes proporções.

Aos 13 anos a mão de D. Teresa é entregue ao conde Henrique da Borgonha, de 24 anos, que ajudara o rei de Leão e Castela na guerra contra os mouros. Para além disso, ao jovem casal foi dado o Condado Portucalense como dote. Desta união nascem

vários filhos, destacando-se o único varão que sobrevive: Afonso Henriques.

Após a morte de D. Afonso VI, D. Urraca sucede ao trono de Castela e Aragão e declara que tenciona reclamar o Condado Portucalense. D. Teresa assume esta guerra com a irmã e ambas as líderes da Península Ibérica de 1112 mostram-se estrategas perspicazes.

Em confrontos armados, os exércitos de D. Teresa acabam por perder após o cerco do Castelo de Lanhoso. Todavia, a filha ilegítima de Afonso VI,

D. Teresa de Leão

©Gameiro, 1899

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