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Presidência do Conselho da União Europeia de 2021.

©Consilium Europa

A Presidência faz-se de forma rotativa: sucedemos à Alemanha e precedemos à Eslovénia. Juntos preenchemos um período alargado de 18 meses, de forma a definir agendas concentradas por serem mais específicas e, por isso, mais atentas a certos aspetos. Portugal vai priorizar uma União Europeia mais resiliente, social, verde, digital e global, de forma a recuperar a economia de forma justa, com especial atenção à sua fragilidade atual, decorrente da crise financeira que a pandemia provocou; o que não deixa de ser algo controverso e, ariscar-me-ia mesmo a invocar para aqui o irónico, uma vez que o Portugal do sul da Europa não é o Fittipaldi da gestão económica. Mas o dever chama e nós corremos para o encontrar. Não somos um povo cobarde (pelo contrário!), apenas temos políticos incapazes de responder aos desafios momentâneos. De qualquer forma, Portugal não é um príncipe aos olhos Maquiavélicos e, por isso, felizmente neste caso, não profetará a arte de governar a solo (de facto a união faz a força, literalmente!). Viajando por outros espectros iremos, de igual modo, trabalhar para fortalecer o pilar dos direitos sociais na UE, e fortificar a autonomia estratégica de uma Europa que se quer aberta ao mundo.

A nossa principal missão na Presidência será a de reunir com ministros ou secretários de Estado de outros países membros, com o intuito de adotar legislação e coordenar políticas. Iremos, igualmente, planear e presidir as reuniões do Conselho e representar o Conselho junto das restantes Instituições da UE. As prioridades da Presidência baseiam-se na Agenda Estratégica da União Europeia (2019-2024), tendo por base o programa de trabalhos da Comissão 2021; o que, por outras palavras, significa "desenvolver uma base económica forte e dinâmica ", "proteger os cidadãos e as liberdades", " construir uma Europa com impacto neutro no clima, verde, justa e social" e "promover os interesses e valores europeus na cena mundial".

É "tempo de agir: por uma recuperação justa, verde e digital", e Portugal está pronto. A parceria engendrada, após longas discussões, entre Reino Unido e Europa, num mundo pós-Brexit, é menos uma dor de cabeça no seu mandato. Quando ao resto: saudade é a palavra do ano 2020; esperança temos em deixá-la entrar no coração dos europeus, porque pedras no caminho vamos guardando, para no final construirmos um castelo.

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