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Por Carolina Margarido

O Sol e o Leme: Presidência Portuguesa da União Europeia

Si,si, dó, ré, ré, dó, si, lá, sol, sol, lá, si, si, lá, lá

Primeiro encontro oficial da presidência da União. António Costa recebe o presidente do Conselho Europeu Charles Michel, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

©António Pedro Costa - LUSA.

Chegou um novo ano e novos desafios se nos propõem: o primeiro semestre da Presidência do Conselho da União Europeia de 2021 pertence a Portugal. O hino à alegria já foi feliz connosco em 1992, 2000, e 2007, e prepara-se, uma vez mais, para comer doces conventuais e para cantar o fado com o Zé povinho.

É a 4ª presidência Portuguesa da História da União, que, efetivamente, nos uniu (e desculpem a redundância) após a segunda Guerra Mundial, através da economia, num período inicial, e que, atualmente, nos aproxima por muitas outras causas. Todo o cidadão nacional é também um cidadão europeu. Não existe, no mundo contemporâneo, símbolo que patrocine tão gloriosamente a democracia, o Estado de Direito, e os direitos fundamentais como a União Europeia – organização pioneira e vital para a virtude que é tolerância (e isto já o dizia Montesquieu face ao comércio). O mundo ocidental define-se por uma larga camada de valores, ideais, mas também objetivos e ambições, pontos de vista e inclinações, emoções e impulsos, muito associados a este casamento plural de que todos (ou quase todos) os europeus fazem parte. Como em todos os casamentos, existem picos de felicidade instantânea (mais ou menos satisfatórios), estabilidades verdadeiramente animadoras, e, acima de tudo, recessão e depressão aguda. Mas capaz de nos levar ao fundo do poço é, ao mesmo tempo, o psicólogo que nos mostra o caminho luzente: incondicional em ética e abastado em valor (nomeadamente por causa do Banco Central Europeu). É uma autêntica mãe. E nunca uma mãe teve tantos filhos para amar. E, embora possamos argumentar, como filhos ingratos deste século de abundância que somos, que ama mais uns que outros, uma mãe é uma mãe. Ouve-nos, aconselha-nos sem intenções malévolas, protege-nos e abraça-nos. Portugal é, durante os próximos seis meses, um dos seus filhos favoritos.

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