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Por Inês Simões

"Fiquem em casa"

António Costa a apresentar as novas regras do confinamento.

©António Cotrim- LUSA.

Foi no dia 6 de janeiro que o país foi surpreendido com um aumento abrupto de casos que a todos chocou: de 4369 para 10 027. Depois de um Natal e de um Ano Novo relativamente relaxados, o número de casos parecia aumentar de dia para dia, bem como o número de mortes que, assim como os primeiros, todos os dias atingia novos recordes.

Portugal tornou-se, então, rapidamente no 1º país do mundo em novos números de casos por milhão de habitantes, ficando apenas atrás do Reino Unido, no referente a mortes. Urgia, portanto, fazer alguma coisa e foi a 9 de janeiro que, pela primeira vez, se pôs a possibilidade de um novo confinamento. Mariana Vieira da Silva - ministra da presidência - confirmava, assim - depois de uma série de audições em São Bento - que o país iria avançar para um novo confinamento, decisão esta que era partilhada pela maioria do parlamento que, no seguimento do agravar da pandemia, via a necessidade de implementar medidas mais restritivas, de modo a combater a mesma.

Conquanto isto, apenas no dia 13 de janeiro, no seguimento de um conselho de ministros, António Costa anunciava finalmente aquelas que seriam as medidas consideradas essenciais e fulcrais para o atenuar da curva. No suspense de todo um país - que há já muito aguardava pelas suas palavras -, o primeiro-ministro declarava, então, que, para surpresa de muitos, as escolas e universidades se manteriam em funcionamento em regime presencial, bem como as mercearias, supermercados e as cerimónias religiosas. Para além disso, implementava a obrigatoriedade do teletrabalho - sempre que possível-, decretava o encerramento de todo o comércio, estabelecimentos culturais e de todos os

restaurantes, bares e cafés, que apenas deveriam funcionar em regime take away ou em entrega ao domicílio. Contudo, estas medidas, que entravam em vigor às 0h do dia 15 de janeiro, não surtiram o efeito desejado. De facto, nesse mesmo fim de semana, não obstante as saídas se devessem restringir ao estritamente necessário, a verdade é que se notou apenas uma redução de 30% na mobilidade face ao fim de semana anterior. As medidas revelavam-se, portanto, insuficientes, com o número de exceções em vigor a permitir que cada um fizesse a sua vida normalmente, quase como se nada se passasse.

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