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O que torna uma pessoa famosa: o louvor recebido em vida, ou a influência deixada no mundo após a sua morte? Stephen Hawking provavelmente terá os dois.

Um dos cientistas mais influentes do Século XX, Hawking nasceu a 8 de janeiro de 1942 (curiosamente 300 anos após a morte de Galileu Galilei) em Oxford e desde cedo começou a dar asas à sua genialidade. 

Começaria uma vida dedicada ao mundo universitário com 17 anos e, após vários diplomas e ser diagnosticado com a Doença de Lou Gehrig, recebeu, há 50 anos, um dos seus primeiros sucessos.

Em janeiro de 1971, a “Gravity Research Foundation” atribuiu o seu prémio anual a Stephen Hawking pelo ensaio deste sobre buracos negros. Nele, o cientista teorizou que deformações no tecido espaço-tempo são ondas gravitacionais com origem em colisões de dois corpos de elevada densidade, como por exemplo, buracos negros. 

Hawking baseara-se na Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein e ambas foram comprovadas em 2016, quando um grupo de cientistas gravou o som da colisão de dois buracos negros, a uma distância de mil milhões de anos-luz, e da qual se produziram ondas gravitacionais.

Em janeiro de 1971, a “Gravity Research Foundation” atribuiu o seu prémio anual a Stephen Hawking pelo ensaio deste sobre buracos negros.

Hawking dedicou muita da sua vida a estudar buracos negros, mas não foi a primeira pessoa a conceptualizá-los. 

Tal ocorreu no século XVIII, graças a John Mitchell, mas ,até ao século XX, pouco mais se sabia sobre este fenómeno para além da sua origem: que ocorre quando o núcleo de uma grande estrela colapsa e que eram deformações no tecido espaço-tempo às quais nem partículas rápidas como a velocidade da luz escapavam.

O que Hawking fez foi, para além do previamente mencionado e de muitas outras descobertas associadas, provar que os buracos negros são sistemas termodinâmicos e que perdem mais massa do que aquela que ganham, acabando por isso por se evaporarem.

Para além dos avanços científicos, Hawking também ganhou notoriedade por padecer da Doença de Lou Gehrig, ou esclerose lateral amiotrófica, uma enfermidade degenerativa que, quando lhe foi diagnosticada, se estimou não lhe vir a dar mais de dois anos de vida. Na altura com 21 anos, o físico viveria até aos 76, comprovando que a sua paixão pelo universo era maior do que qualquer condicionante. 

O que Hawking fez foi (...) provar que os buracos negros são sistemas termodinâmicos e que perdem mais massa do que aquela que ganham

Hawking casou e divorciou-se duas vezes, primeiro com Jane Wilde (com quem teve três filhos, Robert, Lucy e Timothy) e mais tarde com Elaine Mason. Após o divórcio com Mason, Hawking voltou a aproximar-se da sua primeira mulher e dos filhos do casal.  

De entre as muitas obras que escreveu, destacam-se “A Brief History of Time (1988)” e a série de cinco livros escritos com a sua filha Lucy que explicava, através de histórias, vários fenómenos do universo a crianças ou a outras pessoas desconhecedoras dos mesmos.

Por Afonso Santos

Stephen Hawking: O reconhecimento teve início há 50 anos

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