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história nos tem vindo a mostrar, uma mulher no poder é um crime aos olhos dos homens deste tempo. O partido afeto ao herdeiro abre guerra à regente que quase abandona o governo em 1661, voltando atrás com receio da administração do filho.

se D. João IV exibia a espada, D. Luísa planeava as estratégias e fazia os sacrifícios necessários e a ela se deve o 1 de dezembro de 1640.

Por fim, a grande vitória de D. Luísa é a aliança que estabelece com Inglaterra em 1662 através do casamento do Rei Carlos II de Inglaterra e a sua filha D. Catarina de Bragança. Para além disso, as forças militares que organiza vencem já no reinado do filho demonstram o seu exímio talento na arte da política. 

Em suma, D. Luísa de Gusmão traiu a sua pátria pela restauração do Reino de Portugal e se D. João IV exibia a espada, D. Luísa planeava as estratégias e fazia os sacrifícios necessários e a ela se deve o 1 de dezembro de 1640.

D. Catarina de Bragança

D. Catarina nasce no Paço de Vila Viçosa em 1638 como f

ilha do duque português mais importante da época, torna-se princesa em 1640 e rainha de Inglaterra em 1662, fazendo verdadeiros sacrifícios pela Restauração.

A vida portuguesa da jovem princesa é marcada por dois grandes acontecimentos: as mortes dos irmãos mais velhos, Teodósio e Joana, ambos em 1653. Apesar da infelicidade em que a família real se viu envolvida, D. Luísa continuou empenhada na educação e no casamento de D. Catarina.

Desde criança que os reis se preocupavam em arranjar um marido para a filha, principalmente um príncipe europeu, pois conseguiriam financiamento para a guerra e o reconhecimento de Portugal como Reino independente. 

Não obstante, é em 1661 que se celebra o acordo nupcial entre a infanta portuguesa e o rei inglês. De dote, D. Catarina leva para Inglaterra territórios como Tânger e Bombaim que permitiram a entrada

definitiva de Inglaterra na Índia, pratas, jóias, entre outros pertences pagos desfasadamente, pois Portugal não tinha recursos para pagar de uma vez só.

Em 1662, D. Catarina parte para Inglaterra com sonhos que rapidamente se tornam em pesadelos.

Desde logo, a Inglaterra tinha acabado de implementar a monarquia na pessoa de Carlos II após a ‘’República’’ de Cromwell. Para além disso, os britânicos estavam envoltos num nevoeiro de guerra contra os católicos, não vendo com bons olhos a infanta portuguesa, que era católica. Por esta razão, nunca lhe foi permitido o uso da coroa inglesa.

Para piorar a situação da jovem rainha, ela apaixonou-se pelo rei, sentindo ciúmes das amantes e bastardos reais. Esses ciúmes agravavam-se porque apesar de conseguir engravidar, nunca conseguiu gerar um herdeiro devido a abortos espontâneos o que a desfavoreceu aos olhos da corte.Todo este descontentamento fez os nobres ingleses pedir diversas vezes ao rei para se divorciar: o pedido sempre foi negado, pois Carlos II sempre se mostrou fiel à sua palavra

(permanecendo marido da ‘’portuguesa’’).

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D. Luísa de Gusmão

©Biblioteca Nacional de Lisboa

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