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Por Inês Mendes

Primeiro Museu Ibérico do Holocausto

Museu do Holocausto vai ser inaugurado no Porto - ©DR

É no Porto que se situa o primeiro museu do Holocausto da Península Ibérica, criado pela Comunidade Judaica do Porto, no âmbito do "Projeto Nunca Esquecer", uma iniciativa do governo em torno da memória de todos os afetados pelo Holocausto. A inauguração, a priori marcada para 20 de janeiro, - o que não foi possível, devido ao agravamento da Covid-19 - está agora sem data prevista.

O museu foi, segundo Hugo Vaz, curador da exposição, simbolicamente dividido em 3 fases: a vida dos judeus pré-Holocausto, o período de antissemitismo e a sua vida após a libertação dos campos. A primeira fase da exposição começa com um espaço verde, decorado com plantas, simbolizando a vida. No que diz respeito à segunda fase, esta é marcada pela réplica de uma camarata de Auschwitz – Birkenau - cujas paredes estão cobertas com os nomes das vítimas judias do nazismo, como forma de homenagem. Posteriormente, o público terá contacto com testemunhos reais através de filmes e fotografias da época, cedidas ao museu pelos arquivos do CIP/CJP (Comunidade Judaica do Porto). Na terceira e última fase, os visitantes podem ver e perceber melhor como foi a vida dos sobreviventes do massacre nazi após a sua libertação.

Durante a visita, o público é incentivado a "sentir o silêncio", entrando num momento de respeito e reflexão acerca das atrocidades cometidas e, como tal, não deverá voltar a acontecer. "É um espaço de introspeção, de memória. Aqui sentimos o silêncio", afirma Hugo Vaz.

O que distingue o museu portuense de outros espalhados pelo mundo são as quatrocentas fichas individuais de judeus refugiados que passaram pela cidade na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), sendo mesmo consideradas o ex-libris da exposição.

Para além da vertente expositiva, o museu tem também uma missão educativa e de apoio à investigação. Para além disso, há parcerias de cooperação pensadas com outros museus com o mesmo tema, entre eles em Moscovo, Hong Kong e Estados Unidos, contribuindo para que a memória de todos os que morreram e sofreram às mãos do regime nazi não seja apagada.

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